terça-feira, 18 de maio de 2010

Comparação entre Telescópios

Toda comparação entre telescópios deve ser feita por categoria.
Ou seja, somente pode-se fazer uma comparação, se os dois tiverem a mesma abertura (objetiva ou espelho - Ex: 60mm / 76mm / 114 mm / 150mm) e estiverem usando uma mesma ocular.
Comparar sem fazer isso não é comparação, é enganação, e as vezes é feito por pessoas leigas, no sentido de aparecer, ou mesmo pessoas tentando usar de má fé.
As categorias existem, para atender aos diferentes níveis de observadores. Os que podem ou querem gastar mais, adquirem um equipamento mais caro, e os que podem gastar menos adquirem um de menor custo. Embora um equipamento de maior abertura (custo) proporcione uma observação melhor, com mais qualidade na imagem e na resolução, você também pode fazer boas observações com um equipamento de menor abertura (custo), que está ao seu alcance.
Os Telescópios Toya são os melhores telescópios em suas categorias. Se você comparar adequadamente em cada categoria, com qualquer outra marca, um TOYA será no mínimo igual, geralmente superior.

O fabricante dos telescópios Toya fornece para a MEADE, a VIXEN, a VIVITAR, a MIZAR(Victorinox), e diversas outras empresas, as mais famosas do mundo. Portanto atentem bem a isto e se tiver de comparar compare de forma correta.

segunda-feira, 15 de março de 2010

O que ver com um Telescópio

A maioria das pessoas que nunca fizeram observações astronômicas através de um telescópio de qualidade, não tem uma real idéia do quanto pode ser observado. A concepção comum, é de que um telescópio capaz proporcionar observações astronômicas com bom desempenho, custaria "rios de dinheiro". Esse conceito não tem mais nehuma justificativa.

Um telescópio é um instrumento de custo moderado, principalmente se levarmos em conta os inesquecíveis momentos de satisfação e prazer, que ele te proporcionará durante muitos anos. É útil conhecermos as suas características mais importantes na hora de decidir qual comprar. Existem à venda, diversos modelos, alguns muito parecidos, porém com grande diferença de preço. A diferença está na qualidade das lentes e oculares, nos tratamentos anti-reflexo, tipo de montagem, etc. Na hora de comprar, escolha a categoria (Ex: 60700 / 114500 / 76700, etc), e nela escolha o de sua maior conveniência. Devem ser evitados preços extremos, tanto muito baratos porque inevitavelmente a qualidade será baixa, que não lhe proporcionará nenhuma satisfação no uso, e terá apenas um estorvo em sua casa, assim como os muito caros porque aí a diferença de preço, provavelmente será mais alta que o respectivo ganho de qualidade se comparado a um modelo de custo médio. Veja abaixo o que pode ser observado com um bom telescópio:


É muito grande o campo de objetos celestiais observáveis através de um telescópio amador e podem ser divididos nas seguintes categorias:


1 - OBJETOS NO SISTEMA SOLAR


A Lua, os Planetas e Cometas: Devido a sua relativa proximidade com a Terra, a Lua e a maioria dos planetas são as primeiras fontes de interesse para o astrônomo amador. Cada um dos planetas de Mercúrio à Netuno, são visíveis através de qualquer telescópio; somente o mais distante e vago planeta Plutão necessita de um telescópio com grande abertura(objetiva) para ser visto.

A Lua: observada através de Telescópios Refratores de pequena objetiva(abertura), a Lua transforma-se em um mundo repleto de crateras, cadeias de montanhas, cicatrizes e linhas profundas. Modelos com Objetivas maiores permitem uma resolução muito rica de detalhes da superfície lunar: crateras, variação de cor na superfície e a estrutura das paredes das crateras. Com um telescópio mais avançado com grande abertura a Lua pode tornar-se um assunto sem fim para as pesquisas e estudos.

Mercúrio e Vênus: Visto através de pequenos Telescópios, Mercúrio e Vênus movem-se através de uma série de fases semelhante a Lua - crescente, minguante-crescente e cheia - em sua órbita em relação ao Sol. Modelos de telescópios com um larga abertura podem ocasionalmente mostrar marcas do anoitecer na superfície de Vênus.

Marte: De longe um assunto de mito e mistério, o planeta Marte mostra uma coloração avermelhada ao telescópio, com marcas na superfície escuras, bem como sua calotas polares branca de gelo, observável em Telescópios Refratores de pequena abertura. A fácil observação destas característica dependerá da distância de Marte em relação a Terra, uma distância que varia consideravelmente de ano para ano. Telescópio com larga abertura proverá grande benefício na observação de Marte; amadores avançados considerarão um telescópio com grande abertura(objetiva), como equipamento necessário para estudos sérios deste planeta.

Júpiter: Devido a riqueza de detalhes observáveis de sua superfície, Júpiter talvez seja o planeta mais estudado pela maioria dos astrônomos amadores. Nos pequenos Telescópios, os principais campos de nuvens são prontamente visíveis, bem como suas quatro grandes luas - ou satélites - em movimento sobre o planeta, mudando de posição de uma noite para outra. Através de telescópio com Objetivas maiores, o campo de nuvens começam a adquirir estrutura e cor que são observadas em lentas mudanças, perceptível de uma semana para outra. Telescópios avançados permitem o estudo de significativos detalhes da superfície de Júpiter, incluindo a Grande Mancha Vermelha. Visualizando através de Telescópios com maior abertura, sob boas condições atmosféricas, Júpiter mostrará numerosos campos de nuvens, bem como uma intrincada rede de redemoinhos, agitados e fugidios. Também os quatros grandes satélites do planeta que antes eram pontos agora aparecerão como orbes definidos.

Urano, Netuno e Plutão: Desconhecidos pelos antigos, Urano e Netuno podem ser acompanhados e observados através de um Telescópio com pequena abertura. As imagens planetárias, quando comparadas com os pontos estelares, são vistas como discos de tamanho defindo. A alta magnificação que pode ser construída com telescópios mais largos algumas vezes permite observação da atmosfera pálida verde-azulada de Urano e amarelada de Netuno. A localização automática capacitada pelos grandes telescópios, são de particular valor na observação do planeta mais externo: Plutão, visível como um tímido ponto a mais de 4 bilhões de quilômetros da Terra.

Pequenos Planetas, os Asteróides: Localizado entre a órbita de Marte e Júpiter são milhares de planetas menores (o mais largo deles tem mais de 772 quilômetros de diâmetro) chamados de asteróides. Os asteróides podem ser observados, e suas trajetórias traçadas comparando-as com as estrelas, através de todos os modelos de telescópios. Telescópios com Objetivas maiores, permitem a observação de, literalmente, milhares de asteróides com uma grande variedade de níveis de brilho.

Cometas: Eles aparecem geralmente em datas com pouca precisão, no entanto muitas vezes tornam-se deslumbrantes objetos para observação através de um telescópio. Embora sejam relativamente raros cometas com brilho, muitos cometas com baixa luminosidade são observados através de pequenos telescópios em quase todos os meses do ano.

Objetos no Sistema Solar, são fascinantes para serem observados, mas são somente o primeiro passo de uma grande jornada viabilizada pelos Telescópios. Além do sistema planetário do Sol está reino do espaço profundo de domínio das estrelas, aglomerados estelares, nuvens de gás (nebulosas) e galáxias.


2 - OBJETOS NA VIA LÁCTEA

Aglomerados Estelares: Posicionados através de nossa galáxia, a Via Láctea, há vários tipos de aglomerados estelares, incluindo associação de estrelas soltas (aglomerados estelares abertos) e agrupamentos estelar de estreitos pacotes na forma de bola (globular estelar fechado). As Pleiades, um aglomerado aberto de 6 ou 7 estrelas, facilmente visíveis a olho nu, torna-se um resplendor espetacular em qualquer Telescópio, com milhares de estrelas agora visíveis através da ocular. O aglomerado globular de estrelas (listado nos catálogos celestes como M13) na constelação de Hércules é somente uma pequena mancha sem o telescópio; através de um Modelo mais avançado,a M13 resulta em uma bola incandescente, com muitas outras estrelas estrelas no aglomerado claramente resolvida.

Estrelas Duplas e Multiplas: De 100 bilhões de estrelas em nossa galáxia, aproximadamente metade delas são estrelas múltiplas consistindo de duas ou mais estrelas ligadas em um campo de gravitação comum e movimentando-se em um centro comum. Bem no alto, no céu de verão (no Hemisfério Norte) a constelação de Cignos (a "Cruz do Norte") contém um das mais observadas estrelas duplas, a estrela Albiero, que resulta em componentes de brilho amarelo e azul quando estudado através de Telescópios Refratores com Objetiva de 60mm ou maiores. Nesta mesma época do ano (inverno no Hemisfério Sul), pode-se o esplendor da estrela Alfa de Centauro. Milhares de outras estrelas duplas e múltiplas podem ser observadas com um Telescópio.

Estrelas Varíaveis: Muitas estrelas não tem o seu brilho constante, periodicamente mudam a sua intensidade, algumas em períodos de dias e outras em períodos de anos. Na constelação, de fácil localização, Perseu, a estrela B (beta) Persei, ou Algol, muda o seu brilho rapidamente a cada três dias, variando de um brilho moderado a um outro moderadamente fraco em um período de somente quatro horas. Esta fascinante variação da estrela Algol é facilmente estudada em qualquer Telescópio. Telescópios mais largos,permitem obervação de milhares de estrelas variáveis no céu.

Nebulosas: Nuvens de Gás, chamadas de nebulosas, estão espalhadas dentro da nossa própria galáxia, a Via Láctea. Estas nuvens tipicamente são iluminadas por estrelas recém-nascidas. Os objetos nebulares são classificadas em grupos e sub-tipos de acordo com a tenuidade, nuvens amorfas (nebulosas difusas) e grandes estruturas de gás (nebulosas planetárias). Utilizando um modelo de telescópio da categoria iniciante ao intermediário é possível observar alguns objetos espetaculares como a Grande Nebulosa de Órion, uma nebulosa difusa que preenche o campo de visão, mesmo de equipamentos com baixa capacidade. Dentro da Nebulosa de Órion um grupo de quatro estrelas, chamadas de "Trapézio" por causa de sua orientação trapezoidal, poderá ser observada com qualquer telescópio. Telescópios mais largos semelhantes aos modelos, permitem a observação de dúzias de estrelas a mais encravada na nebulosa. Ou considerando a nebulosa planetária conhecida como M57 (a "Nebulosa Anel") na constelação de Lira. Visível através de pequenos telescópios, ficará claramente definida e tornar-se-á um esplendoroso sinal em telescópios mais largos. Fotografias de longa exposição da Nebulosa Anel através dos grandes telescópios revelará numa fraca estrela central iluminando o anel gasoso.


3 – ESPAÇO PROFUNDO


Galáxias: Subdivididas em espiral e elíptica, as galáxias são largas ilhas de bilhões de estrelas localizadas através do universo visível. De um ponto de vista prático o número de galáxias no universo é virtualmente incontável. Galáxias Luminosas são abundantes no céu à noite: a Galáxia Andrômeda, vista sem um telescópio é somente um foco vago, e floresce em uma larga forma elíptica, aparentemente de gás incandescete (atualmente um grupo com mais de 100 bilhões de estrelas), através de qualquer Telescópio; com um Modelo mais avançado a estrutura estelar da galáxia começa a ser visível; fotografada através de um telescópio com grande abertura, a galáxia Andrômeda é visualizada com uma grande extensão, com a faixa primária de poeira proeminentemente visível.

Localização de Objetos Astronômicos: encontrar objetos para observação requer apenas um modesto conhecimento do céu. Iniciando com as maioes constelações e objetos, o observador novato notará que com uma ou duas sessões de observação no telescópio, ele ou ela estará "pulando" de uma estrela conhecida para outra desconhecida com muita facilidade.


MAGNIFICAÇÃO DE UM TELESCÓPIO

Um dos fatores menos importantes na compra de um telescópio é a sua potência.


A Potência ou Magnificação de um telescópio está relacionado entre dois independentes fatores. O sistema e qualidade ótica do telescópio e a qualidade e potência da ocular que você está usando.

Para determinar a potência de um telescópio divide-se a Distância Focal do telescópio pela Distância Focal da Ocular de uso. Assim sendo, você trocando uma Ocular por outra de diferente Distância Focal, você pode aumentar ou diminuir a Potência de seu telescópio. Por exemplo usando uma ocular de 20mm em um telescópio com DF de 900mm a potência de magnificação será de 45x. Usando uma outra Ocular de 12,5mm no mesmo equipamento, a potência se eleva para 72x. As oculares são intercambiáveis e pode-se usar uma grande variedade de potência, para diferentes aplicações.

Porém existem limites práticos para o uso de um telescópio. Eles são determinados pelas leis da ótica e principalmente pela natureza e capacidade do olho humano. Geralmente o poder máximo útil é calculado multiplicando por 60 vezes o diâmetro da objetiva em polegadas, isso em condições ideais. Por exemplo, o poder máximo útil de um telescópio com 60mm de objetiva(2,4 polegadas) é de 142x. Quando se aumenta a potência , diminui-se o brilho e a definição da imagem obtida. O uso da potência máxima somente é eficaz em visualização de objetos com muita luz e brilho.


IMPORTANTE

O mais importante em um telescópio é a qualidade de suas lentes(espelho/objetiva), das oculares e acessórios, assim como o diâmetro de abertura, que é diretamente responsável pela magnificação, qualidade, resolução e luminosidade da imagem vista.


ATENÇÃO

Existem telescópios de mesma categoria (Ex: 76700, 60700, 114500, 60F700, 76F900, etc), com mesmas oculares e acessórios. Porém isto não significa que sejam iguais. Embora tenham as mesmas características, eles podem e geralmente são, muito distintos em qualidade. Observe que Huygens, Plössl, Kellner não são marcas. São apenas tipos de oculares, e sua qualidade varia dependendo do fabricante, assim como o espelho/objetiva e demais acessórios.

Os telescópios de baixo custo, vendidos em supermercados e lojas populares, geralmente são equipados com oculares e lentes de baixíssima qualidade, e seu desempenho é decepcionante. Este tipo de telescópio, apenas serve para desestimular um iniciante, a prosseguir neste magnífico hobbie.

A maioria das observações, mesmo em telescópios de maior porte e qualidade, são feitas usando magnificações(aumentos) mais baixos , pois com elas, as imagens são muito mais definidas e brilhantes assim como o campo de visão é maior, proporcionando maior satisfação no uso. A magnificação não deve ser a preocupação mais importante, na aquisição de um telescópio.

Cuidado com informações de fóruns, grande parte delas absurdas, ofensivas, e feitas por curiosos e desinformados, no intuito apenas de aparecer aproveitando a liberdade da internet, e aceitas por mediadores que ambém não entendem nada, e outras ambém totalmente sem nexo colocadas por pessoas com interesses excusos, geralmente ligados a alguma empresa, no intuito e fazer propaganda de seus produtos.

sábado, 2 de janeiro de 2010

Como escolher um Telescópio

Um bom binóculo atende como um excelente "primeiro telescópio", pelo menos até certo ponto. Os binóculos foram os únicos instrumentos óticos que eu tive no meu primeiro ano como observador do céu, e estes me pareceram ser exatamente a maneira correta de começar.

Escolha bem e um telescópio irá oferecer-lhe uma vida inteira de noites agradáveis de exploração do céu. Uma má escolha é muito provável que ele lhe trará apenas frustração e desapontamento e você acabará abandonando esse magnífico hobbie".

O que fazer para tomar a decisão certa?
Isto depende mais de você do que do telescópio em si. Se você vive no quinto andar de um apartamento no centro da cidade com pouco espaço para guardar coisas e é fascinado pela Lua e planetas, você deveria ter um telescópio inteiramente diferente daquele que você teria se morasse numa fazenda em Mato Grosso com um grande e espaçoso galpão e se o seu verdadeiro amor fossem as galáxias. O dinheiro que você pode gastar, o peso que você pode carregar e a quantidade de observações que você já fez a olho nu e com binóculos são também cruciais.
Marcas
Hoje quase todos os telescópios comercializados no mundo são fabricados na China.
Neste mercado temos de tudo literalmente. Desde modelos excelentes até modelos de baixa qualidade, geralmente vendidos em loja de departamentos, ou lojas populares como genéricos. E não se deixe enganar pelas marcas pois atualmente 95% do mercado são de telesópios fabricados na China com marcas dos Estados Unidos, Japão e Europa. Tradicionais marcas não mais fabricam seus telescópios, apenas colocam suas marcas. Veja a Synta Tecnology Co., dona da Skywatcher, empresa Chinesa, que fornece a maioria dos produtos vendidos pelas principais marcas, como Pentaflex, Celestron, Orion, Toya, Meade, Konus etc. Estas empresas completam sua linha, adquirindo de outros fornecedores chineses. Ou seja, você pode comprar produtos praticamente iguais em qualidade apenas com marca diferente. Portanto não se deve creditar à nenhuma marca, a qualidade, realmente produzida e fornecida por fabricantes únicos chineses.

A característica mais importante de um telescópio é a abertura, isto é, o diâmetro da lente principal ou do espelho. A abertura determina o brilho e a definição de tudo o que você irá observar. Um telescópio de 70 mm nunca poderá mostrar estrelas mais apagadas, ou detalhes num planeta como fará um telescópio de 150 mm bem feito. Um 150 mm, por sua vez, jamais poderá competir com um bom 250 mm.

O aumento, não é algo a se considerar quando estiver encomendando um telescópio. Você pode fazer qualquer telescópio aumentar quantas vezes quiser usando diferentes oculares. Uma ocular é um pequeno conjunto de lentes que se acopla ao telescópio e por onde se observa os objetos. A maioria dos telescópios vem com algumas delas, e outras podem ser compradas separadamente. Mas é inútil usar um aumento muito grande num telescópio de pouca abertura. Você não verá nada a não ser um borrão aumentado várias vezes. Apenas um telescópio de grande abertura (com uma montagem solida) pode mostrar uma imagem decente com 200x ou mais. Em todo caso, as oculares que aumentam menos são as mais fáceis de usar e as que oferecem as imagens mais agradáveis. Você usará um aumento baixo na maior parte do tempo.

A regra geral afirma que o máximo aumento útil, mesmo sob condições ideais de céu, é 20 vezes por centímetro de abertura. Isto o limita a usar 140x numa luneta de 70 mm, 300 x num telescópio de 150 mm, etc. Mas ainda assim considera-se este limite muito acima do ideal.

Já que a abertura é tão importante, você pode imaginar que escolher um telescópio é fácil, basta escolher o de maior abertura que você encontrar! Mas na prática não é tão simples. Primeiramente escolha um telescópio de boa qualidade. Isto é básico. Se o telescópio for muito pesado para transportar facilmente ou exigir muito tempo para se montar, você raramente vai usá-lo. Mesmo entre os telescópios de mesma abertura, alguns tipos são mais portáteis, outros oferecem imagens mais nítidas e outros são mais econômicos. Os conselhos que seguem o ajudarão a avaliar todos os fatores para tomar a melhor decisão.

Tipos de Telescópios

Existem basicamente três tipos de telescópio a escolher: o refrator, o refletor e o catadióptrico. Cada um deles tem vantagens e desvantagens, as quais você deverá avaliar de acordo com o seu estilo de vida e objetivos de observação.

Refrator

Os refratores possuem tubos longos e relativamente finos com uma lente objetiva frontal que capta e focaliza a luz. A qualidade de um refrator varia do pior ao melhor dos telescópios. Refratores de lojas de departamento do tipo anunciado para o povão são geralmente os piores. A qualidade pode ser baixa, e a sua montagem é freqüentemente tão cambaleante que você quase não consegue apontá-lo para objeto algum. Se o seu orçamento para astronomia o limita a esta faixa de preço, fique com os binóculos.

Você diz que já tem um telescópio deste tipo? Bem, coragem; Galileo iria se deliciar com ele. Mantenha suas expectativas baixas, a sua paciência intacta e não se culpe se ele apresentar problemas. Atitude é tudo. Muitos amadores iniciaram com sucesso com refratores de lojas de departamento. Para os objetos brilhantes e facilmente encontráveis (tente a Lua) eles podem servir muito bem.

Os refratores melhores, por outro lado, também são encontrados no mercado se você tiver paciência de procurar por eles e caixa para pagar por eles. Novos e complexos desenhos de lentes, oferecidos por algumas poucas companhias tem criado os mais soberbos (e caros) telescópios do mundo. Estes telescópios são chamados de "apocromáticos", e não devem ser confundidas com os telescópios mais simples chamados de "acromáticos". Com tanto dinheiro investido nas lentes principais, os fabricantes geralmente também produzem montagens de alta qualidade que trabalham suavemente.

Vantagens

Os refratores de todos os tipos são rígidos, requerem pouca ou nenhuma manutenção e possuem tubos fechados que o protegem da poeira e reduzem a degradação da imagem causada por correntes de ar. Se as lentes forem boas, um refrator oferece imagens nítidas e de alto contraste para uma determinada abertura; isto é especialmente desejável para a lua e os planetas.

Desvantagens

Os refratores geralmente têm abertura pequena, tipicamente entre 60 e 120 mm. Para muitos propósitos astronômicos isto é ainda muito pouco; objetos pouco luminosos como galáxias e nebulosas irão aparecer como fracos borrões quando você conseguir detectá-los. Um refrator normalmente exige um espelho ou prisma diagonal na ocular para tornar a observação mais confortável. Isto torna a imagem espelhada, o que dificulta a comparação com as cartas celestes. Alem disso, um bom refrator custa mais por centímetro de abertura do que qualquer outro dos tipos de telescópio.

Refletores

Os refletores usam um espelho côncavo grande e pesado ao invés de lentes para coletar a luz e focalizá-la. Você olha através de uma ocular colocada no tubo próxima a entrada de luz. Por décadas o refletor reinou sem concorrentes na astronomia amadora. Alguns dizem que ainda reina. O refletor é também conhecido como "newtoniano".

Vantagens

O refletor oferece mais abertura por dinheiro investido. A qualidade ótica pode ser bastante alta. O refletor contém um numero par de espelhos (dois), então você vê uma imagem correta (não invertida). É improvável que a umidade se condense nos espelhos em noites frias, um problema comum em outros tipos de telescópios. A montagem pode ser pequena e baixa próxima ao chão, o que oferece estabilidade, enquanto a ocular ainda fica numa altura conveniente.

Desvantagens

Os refletores exigem mais cuidados e manutenção. O tubo é aberto ao ar, o que significa poeira nos espelhos, mesmo que o tubo seja guardado envolto em capas apropriadas (embora uma quantidade moderada de poeira nos espelhos não afete a performance do telescópio). Os espelhos precisam de ajustes ocasionais para mantê-los perfeitamente alinhados, uma tarefa simples porem tediosa de girar parafusos e roscas nos suportes dos espelhos. Durante a observação, é provável que correntes de ar embacem a imagem até que o telescópio fique com a mesma temperatura do ar circundante (a menos que o tubo seja muito bem ventilado).

Diferentes relações focais

Todos os telescópios, e em especial os refletores, eles apresentam desempenhos diferentes em diferentes relações f/. Em geral quanto maior a relação focal melhor. Relações menores que f/6 ou f/5 exigem que o espelho secundário seja relativamente grande, e isto reduzem um pouco a nitidez da imagem. As distorções se tornam mais aparentes próximas a borda do campo de visão, e todo o sistema ótico é muito mais sensível a pequenos desalinhamentos. Um espelho de relação focal baixa é difícil de fazer com alta qualidade. Também, com uma relação f/ baixa você tem que usar oculares melhores e mais caras para conseguir imagens nítidas em qualquer lugar exceto no centro do campo visão. Por todas estas razões um refletor com f/4 quase nunca vai conseguir o mesmo desempenho de um refletor f/8 bem feito.

Por outro lado, um f/4 é muito mais portátil e manuseável. Tem apenas a metade do tamanho de um f/8. Um refletor de 25 centímetros de abertura com f/4 tem um metro de comprimento e cabe no banco de trás de um carro para que você possa levá-lo para um lugar que tenha um céu bem escuro. Um 25 centímetros f/8 têm 2 metros de comprimento e é um problema logístico maior para transportá-lo.

Catadióptrico

Ou telescópios compostos usam tanto lentes quanto espelhos. A versão mais popular é o Schmidt-Cassegrain, que surgiu no mercado na década de 70 e rapidamente conquistou seu lugar ao lado dos refratores e refletores que já existiam ha séculos. Os comentários seguintes aplicam-se primordialmente aos SCs.

Vantagens

A vantagem dos SCs não está na performance visual, mas sim na portabilidade, conveniência e opções especiais tais como sistemas avançados de acompanhamento computadorizado. Apesar de a maioria das pessoas poderem carregar um refletor de 20 cm para lá e para cá, eles na verdade são pesados e desengonçados. A maioria dos Schmidt-Cassegrain vem com numa maleta que pode ser levantada com uma só mão (o tripé é separado). A maleta pode ser colocada no bagageiro de um carro ou num armário como se fosse uma mala de viagem, enquanto que um refletor tende a tomar todo o espaço de que você dispõe.

O tubo relativamente pequeno de um SC permite um acompanhamento mais confiável, tornando a astrofotografia menos difícil (nunca é fácil). Eles são excelentes telescópios fotográficos. Controles eletrônicos elaborados é uma opção nas montagens dos SCs para fotógrafos e usuários de câmeras CCD. Alguns podem ser adquiridos com sistema de apontamento computadorizado. O usuário digita o numero do objeto que deseja observar e o telescópio automaticamente aponta para o objeto.

Desvantagens

A imagem formada por um SC será provavelmente um pouco menos nítida do que a imagem formada por um bom refletor de mesma abertura. Isso é mais perceptível quando se observa os planetas. O custo de um SC é maior do que o de um bom refletor de mesma abertura. Um espelho ou prisma diagonal é normalmente usado na ocular para oferecer uma posição de observação mais confortável (como nos refratores), e isso significa que a imagem que você vê fica de cabeça para baixo e espelhada. O mecanismo de focalização pode ser muito delicado e impreciso. Você não pode desmontar o telescópio; ajustes maiores significam que você tem de devolver o telescópio para a fábrica ou chamar um ótico especializado.


Montagens

O melhor telescópio não tem valor se ele estiver numa montagem medíocre. O menor balanço será transformado num terremoto seja qual for o aumento que você estiver usando. Você não verá muita coisa enquanto o céu estiver tremendo na ocular.

Infelizmente, quase todas as montagens têm uma desagradável tendência a ficar balançando. Geralmente isto é devido a um descuido na fabricação (ou corte de custo do fabricante) em um ou mais pontos cruciais. Mas, um pequeno grau de instabilidade é o inevitável de se fazer uma montagem leve o suficiente para não ter que ser carregada por um guindaste.

Existem dois tipos básicos de montagens:

A montagem equatorial é construída para que você possa facilmente seguir os objetos celestes na medida que a Terra gira. De outro modo, a rotação da Terra faz com que os objetos saiam do campo de visão da ocular muito rapidamente (em cerca de um minuto usando-se 75 ou 100x). A maioria das montagens equatoriais vem com um motor de passo (acompanhamento) para compensar a rotação da Terra automaticamente. A montagem equatorial deve ser alinhada com o Pólo Sul Celeste toda vez que você montar o telescópio. Felizmente, isso não precisa ser feito muito acurado para observação visual. Basta que se aponte o eixo polar na direção do Pólo Sul Celeste.

A montagem altazimutal é mais simples. Ela apenas se movimenta da esquerda para a direita e para baixo e para cima. Você deve cutucar o telescópio sempre que quiser seguir os objetos pelo céu. A montagem altazimutal é mais barata e mais leve e possui muita estabilidade, vantagens que são exploradas ao máximo nas montagens dobsonianas para refletores gigantes e de baixo custo. Grandes telescópios altazimutais, entretanto, exigem que o usuário seja muito hábil para encontrar os objetos pelo céu. Os dobsonianos realmente grandes são os melhores para observadores experientes de objetos difusos, que são sedentos de abertura.

Qualquer que seja a montagem que você tiver não se impressione com o peso ou tamanho da mesma. Nada pode destruir o seu entusiasmo como uma visão eternamente trêmula, exceto um telescópio apoiado numa montagem realmente solida e estável. Uma montagem que dificilmente balança quando você a toca ou quando você focaliza um objeto é um prazer de usar.

Seus Interesses

Os planetas, a Lua, e estrelas binárias cerradas exigem grande aumento, bom contraste e excelente resolução. Se estes são os objetos que mais lhe interessam, a melhor escolha é um refrator ou um refletor de alta relação focal.

Objetos pouco luminosos como galáxias e nebulosas precisam de abertura, abertura e abertura. Um grande refletor é a escolha lógica se esta será a sua especialidade.

Se você não tem um interesse específico e pretendo tê-lo, um telescópio de tamanho médio será o ideal, talvez um refletor de 15 ou 20cm com relação focal f/6 ou f/8, ou um Schmidt-Cassegrain de 20 cm.

Um fator pode limitar a sua escolha de interesse: poluição luminosa. A Lua e os planetas mais brilhantes escapam ilesos mesmo através da pior poluição luminosa. Mas os objetos mais apagados como as galáxias e nebulosas são devastados por ela. Se você conseguir se proteger de luzes que incidem diretamente sobre você ou seu telescópio, poderá observar a Lua como estivesse numa fazenda. Os objetos menos luminosos, porem, ficarão invisíveis.

Finalmente um conselho em relação ao tamanho do telescópio. Você não apenas olha pela ocular do telescópio, você também tem que transportá-lo, montá-lo e desmontá-lo. E, tudo isso quando a maioria das outras pessoas está mais disposta a ir para a cama dormir. Se você acha que estas tarefas são aborrecidas, provavelmente não irá observar muito freqüentemente. Muitos iniciantes esquecem isso e compram grandes telescópios que se tornam elefantes brancos, pois raramente são usados.

Antes de sair à procura de um telescópio lembre-se que um instrumento pequeno de 60 ou 70 mm pode lhe mostrar mais do universo do que um instrumento de 40 cm, se você usá-lo mais freqüentemente.

O melhor telescópio é o que você vai usar mais. O quando de diversão você vai ter, o quão bom você será como astrônomo amador, dependerá muito mais do tempo que você permanecer observando e não do diâmetro do seu telescópio.

Notas:
(*) - Relação f/ ou #f - A razão entre a distância focal e o diâmetro da objetiva ou espelho do telescópio determina um número - a RELAÇÃO f/ ou #F - quanto menor esse número mais caro e igualmente mais sofisticado tem que ser o desenho óptico do instrumento. Salvo projetos especiais com as objetivas apocromáticas que são extremamente caras dadas a sua alta qualidade e performance óptica. Exemplo: Refrator Amaetur Zeiss 100/1000 é um telescópio com objetiva acromática de 100 mm de diâmetro e 1000 mm de distância focal, logo o seu #f= 1000/100, ou seja: f/10 ou #f=10.

Cuidado
Os telescópios de baixo custo, vendidos em supermercados e lojas populares, geralmente são equipados com oculares e lentes de baixíssima qualidade, e seu desempenho é decepcionante. Este tipo de telescópio, apenas serve para desestimular um iniciante, a prosseguir neste magnífico hobbie. Fuja Disso!

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Verdade sobre Binóculos

Um binóculo é um instrumento de custo reduzido e que lhe dará uma satisfação de uso durante muitos anos. É útil conhecermos as suas características mais importantes na altura de decidir qual comprar. Existem à venda modelos muito parecidos com grande diferença de preço, por exemplo, um binóculo de 100 reais pode ter um aspecto exterior parecido com um de 500 reais ou mais. A diferença estará na qualidade ótica, nos tratamentos anti-reflexo, robustez mecânica, etc.
Marcas
Hoje a maioria dos binóculos e telescópios comercializados no mundo são fabricados na China.
Neste mercado de binóculos temos de tudo literalmente. Desde modelos excelentes até o mais puro e simples lixo ótico e mecânico. E não se deixe enganar pelas marcas pois atualmente 90% do mercado é de modelos fabricados na China com marcas dos Estados Unidos, Japão e Europa. Tasco, Bushnell, e outras tradicionais marcas não mais fabricam seus produtos, apenas colocam suas marcas, assim como diversas outras empresas passaram a usar deste artifício, encomendando binóculos com seus nomes. Veja a Brunton, que fazia bússolas, agora também usa usa marca em binóculos, a Zhumell e Barska nem existiam e agora também são marcas de binóculos. A Celestron que sempre teve seu nome ligado a telescópios, agora pela mesma forma, coloca sua marca em binóculos fabricados na China. A Nikon, tem a maioria de seu binóculos fabricados na China. Além do que, estes fabricantes chineses, tem suas próprias marcas de qualidade, como a Lugan, a Leidory, a Nikula, a Sumax, a Sierra, fabricadas nos mesmos locais e pelos mesmos fornecedores no mesmo padrão das marcas citadas anteriormente, com alta qualidade. Se você observar atentamente, verá binóculos de diversas marcas muito parecidos, pois na realidade são feitos no mesmo lugar com a mesma tecnologia. Somente alguns raros binóculos ainda são fabricados nos Estados Unidos, Japão e Europa. Normalmente são modelos de qualidade porém com um altíssimo custo. E na China produtos com esta mesma qualidade, são fabricados com preços muito menores. No ramo dos produtos opticos, o custo esta diretamente ligado a qualidade, embora nem sempre, custo significa garantia de qualidade.

O que significam os números?
Todos os binóculos são identificados com dois números como 8X40, 10X50, 16x50 ou outros parecidos. O primeiro número indica o aumento e o segundo o diâmetro das objetivas (as lentes da frente). Um aumento de 8X significa que a imagem parece estar 8X mais perto quando observada pelo binóculo. A lua parece 12 vezes mais perto num binóculo 12X50, o seu diâmetro vê-se 12 vezes maior que a olho nu. No caso de binóculos com zoom variável sua descrições mudam, como 10-30x50, 12-45x70, 25-125x80, onde os dois primeiros números significam a variação de seu zoom(potência) e o terceiro, o diâmetro das su objetivas (as lentas da frente). Para um binóculo que se segura na mão recomenda-se aumentos de 7 a 16 vezes porque com maiores aumentos a imagem treme demasiado tornando-se necessário apoiar o binóculo em qualquer superfície estável ou adaptá-lo a um tripé. Quanto ao diâmetro das lentes, os mais usados estão compreendidos entre 20 e 70 (em milímetros) sendo de considerar maiores diâmetros apenas se se tenciona usar o binóculo para astronomia porque maiores diâmetros implicam maior poder de captação de luz. No entanto, um binóculo com objectivas de 40 ou 50 mm de diâmetro já permite ver muito mais estrelas que a olho nu e é um ótimo investimento para quem se interessa por astronomia, porque sempre será utilizado mesmo que mais tarde se invista num telescópio. Dentre estes o de 10X50 é o ideal para a observação do céu, mas também um 7X50 ou um 8X40 (também comum na versão 8X42) servem bem. Os binóculos com zoom tem grande aplicação em observações urbanas e em segurança. Este tema tem um bom desenvolvimento.

Atenção para não ser enganado:
Apesar do informado acima, muitos fabricantes enganam os consumidores maquiando o modelo com códigos que parecem a especificação. Quando se lê num binóculo 10X50 de um fabricante sério quer dizer que esse modelo tem capacidade de ampliação de 10X ou 10 vezes e uma lente frontal ou objetiva de 50mm. Por exemplo um Binóculo SAKURA 20-180x100. Sendo que a lente frontal de 70mm realmente não condiz com a realidade, ou seja é um binóculo maquiado e de baixa qualidade. E isto esta cheio, principalmente no Mercado Livre, onde vendedores inescrupulosos, escrevem coisas tipo: binóculo de metal maquinado, construído com plástico naval, com tampa à prova d'água. Descrevem binóculos de vendidos em sinaleiros, de baixíssima qualidade, como se fossem militares, à prova d'água, visão noturna, entre outros absurdos. E existem os que ainda caem nestes golpes. SAIA DESSA!

Prismas

Em cada um dos dois tubos de um binóculo, a luz entra pela objectiva e vai até à ocular passando por um sistema de prismas. Os dois sistemas mais habituais são os de prismas tipo "Porro" e os de "Roof", originando dois tipos de binóculos que diferem também no seu aspecto exterior. Os binóculos que usam prismas "roof" têm os tubos rectos resultando num design mais compacto. Os binóculos com prismas Porro têm o vulgar aspecto do tubo estar dividido a meio.

Independentemente do preço, o tipo de Porro oferece mais opções de aumentos e diâmetros de objectivas. Estes são também geralmente mais cómodos de segurar na mão e de adaptar a um tripé. O tipo de vidro usado também é importante. Existe os que usam vidro BK7 (borosilicato) enquanto outros usam vidro BaK4 (crown de bário). Os dois sendo de qualidade propiciam imagens de ótima qualidade Os prismas de BaK4 são um pouco mais caros e por isso também os binóculos que os usam são mais caros. No entanto existem binóculos de prismas BK7 com ótima qualidade óptica e não se deve deixar de considerar um binóculo só pelo tipo de prisma que usa.

Emergência pupilar e campo de visão
Estas duas características estão relacionadas com as oculares. O campo de visão é dado em graus ou pela largura do campo a uma determinada distância. Um binóculo com um campo de visão largo é mais confortável pois permite uma observação mais "panorâmica". A maiores aumentos correspondem menores campos de visão. Alguns binóculos com maior campo de visão têm a inscrição "wide field" ou "wide angle". A emergência pupilar é a medida da distância à qual os olhos devem estar para observar todo o campo de visão. Uma emergência pupilar curta é incómoda e torna o uso do binóculo difícil para quem usa óculos. Lembre-se que se usar óculos e não tiver astigmatismo, o melhor é observar sem os óculos e usar o mecanismo de focagem do binóculo.

Saída de Pupila
Se segurar um binóculo à distância dos braços pode observar um circulo brilhante centrado em cada ocular. A este circulo dá-se o nome de pupila de saída. Para que toda a luz que emerge das oculares seja aproveitada, o diâmetro da pupila de saída não deve ser superior ao diâmetro da pupila do olho do observador.
Durante o dia, um olho normal tem uma pupila com diâmetro de cerca de 3 mm, que se dilata à noite até um valor de 6-7 mm. Por isso, são de evitar pupilas de saída com diâmetro superior a 7 mm, até porque o diâmetro pupilar do olho diminui com a idade e aos 50 anos um pupila no escuro estará mais perto dos 5 mm.Calcula-se o diâmetro da pupila de saída dividindo o diâmetro da objectiva pelo aumento (por exemplo, num 8X30, divide-se 30 por 8 e dá uma pupila de saída de 3,75 mm de diâmetro).

Tratamento Anti-reflexos
Um aspecto influente na qualidade da imagem são os tratamentos anti-reflexo na superfície das lentes. Para permitir que a máxima quantidade de luz alcance o olho, com mínimo de reflexos, melhor contraste e detalhe, cobrem-se as lentes com uma ou mais camadas (quantas mais melhor) de material anti-reflexo, normalmente fluoreto de magnésio. Esta cobertura é uma película microscópica que se obtém depositando o material sobre as lentes numa câmara de vácuo. Comparada com uma lente normal, uma lente com tratamento anti-reflexo fica mais invisível e o pouco reflexo que ainda apresenta tem uma tonalidade azul, verde, vermelha ou outra. Geralmente os melhores anti-reflexos apresentam um tom residual levemente esverdeado. São habitualmente usadas as seguintes denominações:

Coated - Algumas lentes e prismas têm tratamento.
Fully Coated - Todas as superfícies vidro-ar têm tratamento.
Multi Coated - Uma ou mais superfícies de uma ou mais lentes foram tratadas com múltiplas camadas.
Fully Multi-Coated - Todas as superfícies vidro-ar foram tratadas com múltiplas camadas.

Nota: Alguns binóculos apresentam objetivas com coberturas vermelho forte Rubi que por vezes são confundidos com binóculos de infravermelhos para visão noturna mas obviamente não o são. Este tipo de tratamento não é tão eficientes na astronomia, embora possam ser usados, pois à noite perdem um pouco a capacidade de transmissão de luz. Este tratamento visa diminuir a transmissão do azul para aumentar o contraste em situações de muita luz como na neve ou na praia. Ou seja, os binóculos com lente Rubi não possuem um ótimo desempenho na Astronomia, embora durante o dia seja imbatível. Os com lente verdes, azuis ou incolores, tem melhor desempenho à noite, porém não tem o desempenho dos Rubi, durante o dia.

Focagem
O mecanismo de focagem deve ser simples de atuar, sem esforço mas suficientemente rígido para que não se mova sem necessidade. O melhor é um mecanismo central que mova ambas as oculares ao mesmo tempo, suplementado por focagem independente numa das oculares para permitir compensar alguma diferença entre os dois olhos (anisometropia). Existem alguns modelos de foco fixo que são mais simples de usar pois são pré-focados de fábrica e não têm mecanismo de focagem, mas por isso mesmo, menos versáteis. Não confundir esta característica com auto-focus.

Adaptação a um tripé
Todos os binóculos com qualidade mínima devem permitir a adaptação a um tripé, excepto os compactos cuja filosofia de utilização é diferente. Como se vê na foto, normalmente existe na parte de frente do veio central uma tampa redonda que esconde uma rosca normalizada com a mesma dimensão das que existem no fundo das câmaras reflex. O acoplamento ao tripé faz-se com um adaptador ou pode mesmo ser possível fazê-lo directamente.

Conclusão
Um binóculo deve ser comprado sobretudo de acordo com o uso que se lhe vai dar, o que influencia características como o diâmetro das objectivas, o aumento e outras. De um modo geral, devem ser evitados aumentos superiores a 10X porque a imagem tremerá ao usar-se o binóculo na mão.
Para uso geral, binóculo 8X30 ou 8X40 são uma ótima escolha. Estes também são bons para observar estrelas, mas se a idéia principal é essa pode também pensar-se num de 50 mm, com aumento entre 7X e 10X. Se o que se pretende é comodidade de transporte enquanto por exemplo se fazem passeios a pé ou viagens, são de considerar os compactos 8X25, 10X25 ou outros do género, que não incomodam nem fazem peso e estão lá quando necessitamos deles.A focagem central e também de compensação numa das oculares são essenciais em qualquer binóculo digno desse nome. Exceto talvez nos modelos compactos, deve-se procurar adquirir um com possibilidade de adaptação a um tripé, ainda que se deixe para mais tarde a compra desses acessórios.
A qualidade dos anti-reflexos, o vidro e o tipo dos prismas, a precisão na produção dos componentes ópticos, o controle de qualidade, são factores que influenciam o custo final e um bom instrumento em todos estes aspectos nunca pode ser o mais barato.
Cuidado
Em alguns sites, como no Mercado Livre, aberto a vendedores diversos, encontramos modelos tipo 30-260x160. FUJA DESSES MODELOS. Pois basta ver o diâmetro da objetiva para ver que ele não tem 160mm, e nem aumenta de 30 a 260 vezes. Isso simplesmente não existe, ou seja você esta sendo enganado. Você vai jogar dinheiro no lixo e perder seu precioso tempo.
Binóculos com Visão Noturna
Nunca compre um binóculo de visão noturna sem a devida autorização. Essa prática é considerada crime inafiançavel de tráfico de armas. Para mais informações sobre binóculos de visão noturna visite o site abaixo da Diretoria de Fiscalização de Produtos Controlados, Exército Brasileiro:DFPC - http://www.dfpc.eb.mil.br/paginas/index.html