segunda-feira, 15 de março de 2010

O que ver com um Telescópio

A maioria das pessoas que nunca fizeram observações astronômicas através de um telescópio de qualidade, não tem uma real idéia do quanto pode ser observado. A concepção comum, é de que um telescópio capaz proporcionar observações astronômicas com bom desempenho, custaria "rios de dinheiro". Esse conceito não tem mais nehuma justificativa.

Um telescópio é um instrumento de custo moderado, principalmente se levarmos em conta os inesquecíveis momentos de satisfação e prazer, que ele te proporcionará durante muitos anos. É útil conhecermos as suas características mais importantes na hora de decidir qual comprar. Existem à venda, diversos modelos, alguns muito parecidos, porém com grande diferença de preço. A diferença está na qualidade das lentes e oculares, nos tratamentos anti-reflexo, tipo de montagem, etc. Na hora de comprar, escolha a categoria (Ex: 60700 / 114500 / 76700, etc), e nela escolha o de sua maior conveniência. Devem ser evitados preços extremos, tanto muito baratos porque inevitavelmente a qualidade será baixa, que não lhe proporcionará nenhuma satisfação no uso, e terá apenas um estorvo em sua casa, assim como os muito caros porque aí a diferença de preço, provavelmente será mais alta que o respectivo ganho de qualidade se comparado a um modelo de custo médio. Veja abaixo o que pode ser observado com um bom telescópio:


É muito grande o campo de objetos celestiais observáveis através de um telescópio amador e podem ser divididos nas seguintes categorias:


1 - OBJETOS NO SISTEMA SOLAR


A Lua, os Planetas e Cometas: Devido a sua relativa proximidade com a Terra, a Lua e a maioria dos planetas são as primeiras fontes de interesse para o astrônomo amador. Cada um dos planetas de Mercúrio à Netuno, são visíveis através de qualquer telescópio; somente o mais distante e vago planeta Plutão necessita de um telescópio com grande abertura(objetiva) para ser visto.

A Lua: observada através de Telescópios Refratores de pequena objetiva(abertura), a Lua transforma-se em um mundo repleto de crateras, cadeias de montanhas, cicatrizes e linhas profundas. Modelos com Objetivas maiores permitem uma resolução muito rica de detalhes da superfície lunar: crateras, variação de cor na superfície e a estrutura das paredes das crateras. Com um telescópio mais avançado com grande abertura a Lua pode tornar-se um assunto sem fim para as pesquisas e estudos.

Mercúrio e Vênus: Visto através de pequenos Telescópios, Mercúrio e Vênus movem-se através de uma série de fases semelhante a Lua - crescente, minguante-crescente e cheia - em sua órbita em relação ao Sol. Modelos de telescópios com um larga abertura podem ocasionalmente mostrar marcas do anoitecer na superfície de Vênus.

Marte: De longe um assunto de mito e mistério, o planeta Marte mostra uma coloração avermelhada ao telescópio, com marcas na superfície escuras, bem como sua calotas polares branca de gelo, observável em Telescópios Refratores de pequena abertura. A fácil observação destas característica dependerá da distância de Marte em relação a Terra, uma distância que varia consideravelmente de ano para ano. Telescópio com larga abertura proverá grande benefício na observação de Marte; amadores avançados considerarão um telescópio com grande abertura(objetiva), como equipamento necessário para estudos sérios deste planeta.

Júpiter: Devido a riqueza de detalhes observáveis de sua superfície, Júpiter talvez seja o planeta mais estudado pela maioria dos astrônomos amadores. Nos pequenos Telescópios, os principais campos de nuvens são prontamente visíveis, bem como suas quatro grandes luas - ou satélites - em movimento sobre o planeta, mudando de posição de uma noite para outra. Através de telescópio com Objetivas maiores, o campo de nuvens começam a adquirir estrutura e cor que são observadas em lentas mudanças, perceptível de uma semana para outra. Telescópios avançados permitem o estudo de significativos detalhes da superfície de Júpiter, incluindo a Grande Mancha Vermelha. Visualizando através de Telescópios com maior abertura, sob boas condições atmosféricas, Júpiter mostrará numerosos campos de nuvens, bem como uma intrincada rede de redemoinhos, agitados e fugidios. Também os quatros grandes satélites do planeta que antes eram pontos agora aparecerão como orbes definidos.

Urano, Netuno e Plutão: Desconhecidos pelos antigos, Urano e Netuno podem ser acompanhados e observados através de um Telescópio com pequena abertura. As imagens planetárias, quando comparadas com os pontos estelares, são vistas como discos de tamanho defindo. A alta magnificação que pode ser construída com telescópios mais largos algumas vezes permite observação da atmosfera pálida verde-azulada de Urano e amarelada de Netuno. A localização automática capacitada pelos grandes telescópios, são de particular valor na observação do planeta mais externo: Plutão, visível como um tímido ponto a mais de 4 bilhões de quilômetros da Terra.

Pequenos Planetas, os Asteróides: Localizado entre a órbita de Marte e Júpiter são milhares de planetas menores (o mais largo deles tem mais de 772 quilômetros de diâmetro) chamados de asteróides. Os asteróides podem ser observados, e suas trajetórias traçadas comparando-as com as estrelas, através de todos os modelos de telescópios. Telescópios com Objetivas maiores, permitem a observação de, literalmente, milhares de asteróides com uma grande variedade de níveis de brilho.

Cometas: Eles aparecem geralmente em datas com pouca precisão, no entanto muitas vezes tornam-se deslumbrantes objetos para observação através de um telescópio. Embora sejam relativamente raros cometas com brilho, muitos cometas com baixa luminosidade são observados através de pequenos telescópios em quase todos os meses do ano.

Objetos no Sistema Solar, são fascinantes para serem observados, mas são somente o primeiro passo de uma grande jornada viabilizada pelos Telescópios. Além do sistema planetário do Sol está reino do espaço profundo de domínio das estrelas, aglomerados estelares, nuvens de gás (nebulosas) e galáxias.


2 - OBJETOS NA VIA LÁCTEA

Aglomerados Estelares: Posicionados através de nossa galáxia, a Via Láctea, há vários tipos de aglomerados estelares, incluindo associação de estrelas soltas (aglomerados estelares abertos) e agrupamentos estelar de estreitos pacotes na forma de bola (globular estelar fechado). As Pleiades, um aglomerado aberto de 6 ou 7 estrelas, facilmente visíveis a olho nu, torna-se um resplendor espetacular em qualquer Telescópio, com milhares de estrelas agora visíveis através da ocular. O aglomerado globular de estrelas (listado nos catálogos celestes como M13) na constelação de Hércules é somente uma pequena mancha sem o telescópio; através de um Modelo mais avançado,a M13 resulta em uma bola incandescente, com muitas outras estrelas estrelas no aglomerado claramente resolvida.

Estrelas Duplas e Multiplas: De 100 bilhões de estrelas em nossa galáxia, aproximadamente metade delas são estrelas múltiplas consistindo de duas ou mais estrelas ligadas em um campo de gravitação comum e movimentando-se em um centro comum. Bem no alto, no céu de verão (no Hemisfério Norte) a constelação de Cignos (a "Cruz do Norte") contém um das mais observadas estrelas duplas, a estrela Albiero, que resulta em componentes de brilho amarelo e azul quando estudado através de Telescópios Refratores com Objetiva de 60mm ou maiores. Nesta mesma época do ano (inverno no Hemisfério Sul), pode-se o esplendor da estrela Alfa de Centauro. Milhares de outras estrelas duplas e múltiplas podem ser observadas com um Telescópio.

Estrelas Varíaveis: Muitas estrelas não tem o seu brilho constante, periodicamente mudam a sua intensidade, algumas em períodos de dias e outras em períodos de anos. Na constelação, de fácil localização, Perseu, a estrela B (beta) Persei, ou Algol, muda o seu brilho rapidamente a cada três dias, variando de um brilho moderado a um outro moderadamente fraco em um período de somente quatro horas. Esta fascinante variação da estrela Algol é facilmente estudada em qualquer Telescópio. Telescópios mais largos,permitem obervação de milhares de estrelas variáveis no céu.

Nebulosas: Nuvens de Gás, chamadas de nebulosas, estão espalhadas dentro da nossa própria galáxia, a Via Láctea. Estas nuvens tipicamente são iluminadas por estrelas recém-nascidas. Os objetos nebulares são classificadas em grupos e sub-tipos de acordo com a tenuidade, nuvens amorfas (nebulosas difusas) e grandes estruturas de gás (nebulosas planetárias). Utilizando um modelo de telescópio da categoria iniciante ao intermediário é possível observar alguns objetos espetaculares como a Grande Nebulosa de Órion, uma nebulosa difusa que preenche o campo de visão, mesmo de equipamentos com baixa capacidade. Dentro da Nebulosa de Órion um grupo de quatro estrelas, chamadas de "Trapézio" por causa de sua orientação trapezoidal, poderá ser observada com qualquer telescópio. Telescópios mais largos semelhantes aos modelos, permitem a observação de dúzias de estrelas a mais encravada na nebulosa. Ou considerando a nebulosa planetária conhecida como M57 (a "Nebulosa Anel") na constelação de Lira. Visível através de pequenos telescópios, ficará claramente definida e tornar-se-á um esplendoroso sinal em telescópios mais largos. Fotografias de longa exposição da Nebulosa Anel através dos grandes telescópios revelará numa fraca estrela central iluminando o anel gasoso.


3 – ESPAÇO PROFUNDO


Galáxias: Subdivididas em espiral e elíptica, as galáxias são largas ilhas de bilhões de estrelas localizadas através do universo visível. De um ponto de vista prático o número de galáxias no universo é virtualmente incontável. Galáxias Luminosas são abundantes no céu à noite: a Galáxia Andrômeda, vista sem um telescópio é somente um foco vago, e floresce em uma larga forma elíptica, aparentemente de gás incandescete (atualmente um grupo com mais de 100 bilhões de estrelas), através de qualquer Telescópio; com um Modelo mais avançado a estrutura estelar da galáxia começa a ser visível; fotografada através de um telescópio com grande abertura, a galáxia Andrômeda é visualizada com uma grande extensão, com a faixa primária de poeira proeminentemente visível.

Localização de Objetos Astronômicos: encontrar objetos para observação requer apenas um modesto conhecimento do céu. Iniciando com as maioes constelações e objetos, o observador novato notará que com uma ou duas sessões de observação no telescópio, ele ou ela estará "pulando" de uma estrela conhecida para outra desconhecida com muita facilidade.


MAGNIFICAÇÃO DE UM TELESCÓPIO

Um dos fatores menos importantes na compra de um telescópio é a sua potência.


A Potência ou Magnificação de um telescópio está relacionado entre dois independentes fatores. O sistema e qualidade ótica do telescópio e a qualidade e potência da ocular que você está usando.

Para determinar a potência de um telescópio divide-se a Distância Focal do telescópio pela Distância Focal da Ocular de uso. Assim sendo, você trocando uma Ocular por outra de diferente Distância Focal, você pode aumentar ou diminuir a Potência de seu telescópio. Por exemplo usando uma ocular de 20mm em um telescópio com DF de 900mm a potência de magnificação será de 45x. Usando uma outra Ocular de 12,5mm no mesmo equipamento, a potência se eleva para 72x. As oculares são intercambiáveis e pode-se usar uma grande variedade de potência, para diferentes aplicações.

Porém existem limites práticos para o uso de um telescópio. Eles são determinados pelas leis da ótica e principalmente pela natureza e capacidade do olho humano. Geralmente o poder máximo útil é calculado multiplicando por 60 vezes o diâmetro da objetiva em polegadas, isso em condições ideais. Por exemplo, o poder máximo útil de um telescópio com 60mm de objetiva(2,4 polegadas) é de 142x. Quando se aumenta a potência , diminui-se o brilho e a definição da imagem obtida. O uso da potência máxima somente é eficaz em visualização de objetos com muita luz e brilho.


IMPORTANTE

O mais importante em um telescópio é a qualidade de suas lentes(espelho/objetiva), das oculares e acessórios, assim como o diâmetro de abertura, que é diretamente responsável pela magnificação, qualidade, resolução e luminosidade da imagem vista.


ATENÇÃO

Existem telescópios de mesma categoria (Ex: 76700, 60700, 114500, 60F700, 76F900, etc), com mesmas oculares e acessórios. Porém isto não significa que sejam iguais. Embora tenham as mesmas características, eles podem e geralmente são, muito distintos em qualidade. Observe que Huygens, Plössl, Kellner não são marcas. São apenas tipos de oculares, e sua qualidade varia dependendo do fabricante, assim como o espelho/objetiva e demais acessórios.

Os telescópios de baixo custo, vendidos em supermercados e lojas populares, geralmente são equipados com oculares e lentes de baixíssima qualidade, e seu desempenho é decepcionante. Este tipo de telescópio, apenas serve para desestimular um iniciante, a prosseguir neste magnífico hobbie.

A maioria das observações, mesmo em telescópios de maior porte e qualidade, são feitas usando magnificações(aumentos) mais baixos , pois com elas, as imagens são muito mais definidas e brilhantes assim como o campo de visão é maior, proporcionando maior satisfação no uso. A magnificação não deve ser a preocupação mais importante, na aquisição de um telescópio.

Cuidado com informações de fóruns, grande parte delas absurdas, ofensivas, e feitas por curiosos e desinformados, no intuito apenas de aparecer aproveitando a liberdade da internet, e aceitas por mediadores que ambém não entendem nada, e outras ambém totalmente sem nexo colocadas por pessoas com interesses excusos, geralmente ligados a alguma empresa, no intuito e fazer propaganda de seus produtos.